Eu tô na lida desde cedo brincando com o microfone
No fone de ouvido tocando nina simone
E eu pensando se é verdade
Liberdade é não ter medo?
Se a sociedade tem sede de sangue preto
Acordo com o noticiário passando a visão
Mais um preto estendido no morro pra coleção
Confundiram com um fuzil, mas era só um guarda-chuva
Pra polícia todo preto é a mesma caricatura?
Ah, já conhecemos a história
Pivete da favela tratado como escória
Uniforme da PM, cheiro de perseguição
Nosso povo é alvo certo de destruição
Na linha de tiro
O alvo tem cor
Na linha de tiro
Firme na correria mato mil leões por dia
Racismo homofobia machismo misoginia
Eles mirando no alvo de cara com a violência
Só respondo com mais resistência
Favela vive e os bicho escroto já treme na base
Vendo as mulé na construção pela comunidade
Calar o nosso grito pra eles é necessário
Mas silêncio não existe no nosso vocabulário
Várias mina fortalecendo o cenário
Somos agente revolucionário
E não tem outra conversa
É bala e fogo nos fascista
A cada preto enterrado nasce uma preta patrícia
Na linha de enfrentamento, mulheres na cena
Rimando racionalizando criando problema
Jogando nossa ideia sem pena
Nosso suor não alimenta a engrenagem do sistema
Rejeito a condição de produto de caça
Enfrento de cabeça a ameaça
Não joga comigo que eu não sou carta marcada
Não me acorrenta o seu regime escravocrata
Poesia é quando ouvia a nina cantar
Alma livre não tem medo de lutar
E não pisa no meu calo que eu também sei me exibir
Quer brincar de tiro ao alvo?
Não reclama se cair